Concretismo
Contexto
No
início dos anos de 1950, quando os poetas concretistas começam a se
agrupar em torno da revista Noigrandes, os países da Europa
começavam a se recuperar dos horrores da Segunda Guerra Mundial.
Iniciava-se um período de reestruturação geográfica, política e
econômica que dividiu o mundo em blocos capitalistas, sob a
liderança dos Estados Unidos, e comunistas, guiados pela ex-União
das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Essa divisão, da
qual o muro de Berlim foi o maior símbolo, conduziu os rumos das
políticas e economias mundiais até o final dos anos de 1980. O medo
de novos ataques nucleares alimentou a chamada "guerra fria",
que opôs países capitalistas e comunistas ao longo das décadas
seguintes.
No
Brasil, vivia-se uma época de democratização política e de
desenvolvimento econômico, que se tornou intenso durante o governo
de Juscelino Kubitschek (1956-1960), cuja propaganda oficial prometia
uma avanço histórico de "cinqüenta anos em cinco". Os
Planos de Metas de Juscelino para a modernização do país
resultaram em impressionante crescimento industrial, que aumentou os
empregos e a renda dos brasileiros. O desenvolvimento, as grandes
realizações, como a construção de Brasília, e a estabilidade
política contribuíram para criar a atmosfera de otimismo dos
chamados "anos dourados".
Características
O
Concretismo é o primeiro "produto de exportação" da
poesia brasileira, para usar a expressão de Oswald de Andrade (1890
- 1954), pois foi concebido como movimento internacional e surgiu, se
não antes, pelo menos ao mesmo tempo em que se manifestava em outros
países. O lançamento oficial ocorreu em 1956, com a Exposição
Nacional de Arte Concreta, realizada no Museu de Arte Moderna de São
Paulo. Mas desde 1952, quando lançaram a revista Noigrandes, os
poetas Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos já
refletiam sobre e praticavam a poesia concreta.
Outro
representante ferrenho dessa arte foi o escritor Paulo Leminski, que
a partir da poesia deu vida a prosa experimental como prova seu livro
“Catatau”.
Vale
a pena conferir:
Mais
próximo da música do que a gente imagina, a poesia concreta também
tem som e, nesse caso, um exemplo significativo é a contribuição
do multiartista Arnaldo Antunes.
“Todas
as coisas do mundo não cabem numa ideia. Mas tudo cabe numa
palavra”. É de Arnaldo essa ideia e essas palavras que resgatam,
da década de 1950, uma poesia de caráter experimental capaz de
transcender o seu significado e transformar-se em forma e ritmo para
enriquecer seu conceito.
A
poesia concreta representa uma influência de muito peso na poesia de
Arnaldo Antunes, mas nela o concreto passa pelo crivo do rock, e é
em outras palavras uma poesia Interdisciplinar, repleta de signos e
significações.
Abaixo
você confere o vídeo “Agora” (1993) e outras palavras musicadas
e “concretizadas” por ele. Imagem de Amostra do You Tube.
Referências:
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