Período simples é aquele constituído de uma só oração.
Período composto é que apresenta duas ou mais orações.
Período composto por coordenação: é aquele formado por orações independentes, que se chamam orações coordenadas.
Oração coordenada assindética é aquela que não tem conjunção, e é justaposta à outra oração ou separada dela por vírgula.
Oração coordenada sindética é a que tem conjunção coordenativa que a liga a outra oração.
· Aditivas
“anda a pé
Coordenada assindética
e acaba de ser expulso da fazenda Itupu pela polícia.”
Coordenada sindética aditiva
Nesses versos, há duas orações coordenadas ligadas pela conjunção coordenativa aditiva e. A segunda oração é considerada coordenada sindética e estabelece um sentido de acréscimo ou de adição em relação à primeira oração.
As orações coordenadas sindéticas aditivas são introduzidas pelas conjunções coordenativas aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... mas ainda, tanto...como etc.
· Adversativas
Leia este trecho.
[...] O pai desconfiou que ele não aguentaria uma semana, mas calou-se. Conhecia casos de bichos que reagem a situações desesperadoras. [...]
DIAFÈRIA, Lourenço. O imitador de gato. São Paulo: Ática, 2009, p. 30. (Coleção Para gostar de ler). (Fragmento).
A oração iniciada pela conjunção adversativa mas (“mas calou-se”) estabelece em relação à oração anterior um sentido contrário, adverso ou oposto. As orações coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, senão etc.
· Alternativas
Leia estes versos de Fernando Pessoa.
[...]
Passam nos ritmos da sombra...
Ora é uma folha que tomba,
Ora uma brisa que treme
Sua leveza solene...
PESSOA, Fernando. Minuete invisível. In: GALHOZ, Maria Aliete (Org). Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro. Nova Aguilar, 1999, p. 135. (Fragmento).
Observe que estas duas orações: “Ora é uma folha... Ora (é) uma brisa” apresentam fatos ou ideia que se alternam. As orações coordenadas sindéticas alternativas iniciadas pelas conjunções coordenativas alternativas ora...ora expressam, portanto, alternância. Algumas vezes, podem expressar também exclusão. Outras conjunções coordenativas alternativas são: ou...ou, quer...quer, seja...seja, já...já etc.
· Conclusivas
Leia o trecho abaixo.
[...] Cansei. Não dá pé explicar tudo direitinho, parece que a gente está mentindo. Eu não sei falar assim. [...] Aliás, mesmo sou contra tudo que penso. Portanto, ninguém tome ao pé da letra nada do que eu digo. [...]
VELOSO, Caetano. A Ipanemia. In: SANTOS, Joaquim dos (Org.). As cem melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.p. 199-200. (Fragmento).
Nesse trecho, a oração “Portanto, ninguém tome ao pé da letra nada do que eu digo”, introduzida pela conjunção coordenativa portanto, é coordenada sindética conclusiva em relação à oração anterior, “sou contra tudo que penso”, embora estejam separadas por ponto. Ela expressa uma conclusão a respeito do fato de o narrador ser contra tudo o que pensa.
Funcionam como conjunções coordenativas conclusivas: portanto, pois (após o verbo), por isso, de modo que, logo etc.
· Explicativas
Leia o trecho de um conto de Luiz Vilela.
[...] Foi num sábado. Quero dizer que se não fosse num sábado, talvez não tivesse acontecido. Porque sábado é um dia violento. Um dia em que as pessoas se sentem muito alegres ou muito tristes. Ele se sentiu muito triste. [...]
VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1988. P. 76. (Fragmento).
A oração “Porque sábado é um dia violenta” é coordenada sindética explicativa, pois expressa uma justificativa, uma explicação para as anteriores. As orações desse tipo são introduzidas pelas conjunções coordenativas explicativas: porque, pois (antes do verbo), que, portanto etc.
Obs.: A conjunção “pois” se aplica as coordenadas explicativas e conclusivas. Porém na conclusiva a conjunção vem após o verbo. Ex.: Eles brigaram, estão, pois, muito aborrecidos. Nas coordenadas explicativas, a conjunção vem antes do verbo. Ex.: Não fui ao trabalho pois viajei ontem.
Orações intercaladas
São orações independentes que não seguem uma sequência no período.
Ex.: Eureca, pensei naquele instante.
1 – Texto em estudo:
Tenho uma folha branca
e limpa à minha espera:
mudo convite
tenho uma cama branca
e limpa à minha espera:
mudo convite
tenho uma vida branca
e limpa à minha espera:
CÉSAR, Ana Cristina. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2008, p.33, (Coleção Para gostar de ler. V.39).
a) Observe a liberdade na construção dos versos e o sentido conotativo das palavras, que se repetem de forma quase idêntica.
· Com que objetivo o eu lírico usou a repetição nesses versos?
· Por que o verbo tenho parece colocar o eu lírico diante de um impasse?
b) Na primeira estrofe, o eu lírico sugere a criação literária como uma possibilidade de escolha.
· Você acredita que o eu lírico aceita (ou pretende aceitar) o convite que lhe é feito? Justifique.
· Pense de início em você e, depois, em um escritor, e descreva a sensação de quem precisa ou deseja escrever algo, diante de uma folha em branco.
· O que pode simbolizar a “folha branca e limpa” que se oferece como um convite?
c) Na segunda estrofe, o eu lírico se vê diante de um convite diferente do anterior.
· O que pode representar esse convite se o considerarmos em contraste com o anterior?
d) A “vida branca e limpa” que espera o eu lírico, segundo a terceira estrofe, também constitui a escolha que o levará a experiências bem diversas das opções que ele tinha antes.
· Em sua opinião, o que essa terceira opção pode oferecer ao eu lírico?
e) A seu ver, por qual desses convites seria mais interessante optar? Esclareça sua resposta.
f) Releia o poema e responda.
· Quantas orações há em cada estrofe? Por quê? Portanto, como se chamam os períodos que constituem as estrofes?
· A que classe gramatical pertence a palavra e empregada nas estrofes? Esclareça sua resposta.
· Que sentido expressa a palavra e nas estrofes?
Bibliografia:
SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, gramática, produção de texto / Leila Lauar Sarmento, Douglas Tufano. 1ª ed. São Paulo. Ed. Moderna. 2010.
Imagem. Tulipas por David Kauffman.
tenho duvidas, preciso das repostas para corrigir o exercício
ResponderExcluirComo se resolve?
ResponderExcluira) Observe a liberdade na construção dos versos e o sentido conotativo das palavras, que se repetem de forma quase idêntica.
ResponderExcluir· Com que objetivo o eu lírico usou a repetição nesses versos?
· Por que o verbo tenho parece colocar o eu lírico diante de um impasse?