domingo, 25 de setembro de 2011

Análise de texto - Língua Falada - Parte II



LÍNGUA FALADA  – “O MODO CAIPIRA DE SER” - Parte 2

Uai sô!
É isso aí. O futuro é "Uai, rilés".
Ou seja: Sem fios e em Minas Gerais.
Uma versão mineira do wireless!
  

Esse tipo de material lingüístico, que explora marcas regionais – nesses exemplos, o dialeto caipira (o modo de falar das pessoas que vivem no interior, no campo) e o mineiro – propicia discussões sobre a diversidade e o preconceito linguístico, e a revisão de uma série  de equívocos, ainda muito presentes na escola, como o de que existe apenas uma forma correta de falar (que se aproxima da escrita padrão), ou o de que a fala de uma região ou de um grupo social é melhor que a de outras/os, por exemplo.

Atividade II

1.    Com base nesses dados, faça uma pequena reflexão da sua fala, com a do colega, vizinho, da sua comunidade ou de outro lugar e região. Depois, faça um pequeno comentário (texto dissertativo) sobre essa reflexão e dê suas impressões acerca desse assunto.



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Análise de Texto - Língua Falada - Parte I


LÍNGUA FALADA – “O MODO CAIPIRA DE SER”
Trabalhando com as diversidades e o preconceito linguístico

Leia e observe:

TEXTO I

Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e ele responde: 
- Bicicreta. A professora, então, corrige:
- Não é “bicicreta”, é “bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo. Ela tenta com outro aluno:
-  Diga um verbo! Ele arrisca:
- Prástico. A professora, outra vez, faz a correção:
- Não é “prástico”, é “plástico”. E “plástico” não é verbo. A professora faz a sua última tentativa e escolhe um terceiro aluno:
- Fale um verbo qualquer! 
- Hospedar. A professora comemora:
- Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo.
– Os pedar da bicicreta é de prástico.

Porque o texto ficou engraçado? O que produziu este efeito de humor?
O simples fato de alguém falar diferente – o português não-padrão (com relação à fala culta) soa engraçado –  servindo como motivo de piada.
Podemos observar uma tendência natural da fala: trocar o “l” por “r” nos encontros consonantais – fenômeno (denominado de rotacismo), e o plural apenas no determinante (Os pedar da bicicreta é de prástico) podem tornar um texto bastante engraçado, e são considerados por muitos como coisa de caipira.


Atividade I

1.    Com base nesse texto vamos exercitar os encontros consonantais. Retire de algum texto ou do seu conhecimento prévio 10 (dez) palavras com encontros consonantais, 10 (dez) dígrafos consonantais e 10 (dez) palavras semelhantes aos encontros consonantais de bicicleta e prato por exemplo:


Referências:

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Análise de Texto - Inclassificáveis



 Trabalhando com as diversidades e etnias

INCLASSIFICÁVEIS


que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós

egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol

                                                   de Arnaldo Antunes


ATIVIDADE

1. Esta música de Arnaldo Antunes contextualiza as etnias, além desse jogo e mistura com as palavras, qual seria a proposta desse autor? Justifique:

2. Porque o título “Inclassificáveis”? Justifique:


sábado, 17 de setembro de 2011

Crônica de uma travessura

O que um filho faz para chamar a atenção?

Hoje meu filho, de dois anos, fez mais uma de suas, entre tantas, “estripulias”. Em uma tentativa, insatisfeita, de chamar a atenção dos pais que conversavam no momento peculiar do café, começou, em suas diversas maneira de se aparecer, a puxar a minha roupa para conversar, olhar para mim, encostar seu rostinho no meu, e nada de uma atenção inerente aos seus anseios, até que por ventura travessa resolveu ir, talvez em um lugar secreto da sua imaginação. E, sem ser percebido, aliás, não seria percebido e nem interrompido do que arquitetava fazer e fez: desconectou o carregador do notebook, o mouse e o fechou. Nas avessas veio caminhando sutilmente, carregando-o entre as mãos, pequeninas e firmes, e entregou-me, com um sorriso de satisfação, no meio das palavras que trocava com o pai. Ufa! Pensei. Entre os obstáculos do quarto, corredor, pequeno degrau, sala e cozinha, ufa! Obrigada meu filho trouxe o notebook para a mamãeee!!!

Ao meu filho Emanuel pela travessura do dia!


domingo, 11 de setembro de 2011

Uma boa leitura acompanhada com um bom café

 

Um cafezinho e uma boa leitura... faz o caminhante caminhar... pensar e relembrar... [...] "relembrar os acontecimentos, subtraí-los às contingências do tempo em uma metáfora" (BENJAMIN, 1994, p.17).
Contextuando a dialética do escritor e do discurso percebo que cada história textual e hipertextual é verdadeiramente o elo interpretativo dos diversos enunciados, o ensejo de uma nova história. Nesta ótica, não é infâmia dizer que o escritor vive uma experiência mágica com as palavras eu seu exercício artístico. E por falar em infâmia vale lembrar que "Dostoievski reconheceu a infâmia como algo de pré-formado, sem dúvida na história do mundo, mas também em nós mesmos, como algo que nos é inculcado, imposto como uma tarefa, exatamente como o burguês idealista supõe ser o caso com relação a virtude. O Deus de Dostoievski não criou apenas o céu e a terra e o homem e o animal, mas também a vingança, a mesquinharia, a crueldade" - Walter Benjamin. Magia e técnica, arte e política - Ensaios sobre literatura e história da cultura - Vale a pena conferir!