Texto complementar para os alunos do 1º ano
e revisão para os alunos do 2º ano e do 3º ano - Ensino Médio.
Literatura – Introdução
Texto Literário
A estética é uma das funções mais significativas do texto literário. Nele, o que se verifica não é sua semelhança com o real, mas a interpretação que dele se faz. William Blake sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Rubem Alves pontua esse conceito, nos introduzindo ao âmago da construção de obras literárias, quando diz que a percepção ocular é distinta nos seres. "Ver é muito complicado. (...) Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo", exemplifica o poeta em um artigo.
A plurissignificação é característica básica, que se relaciona com a estética. Ora, se um texto não foi escrito em sua função utilitária (preocupada em informar), abre-se a possibilidade de múltiplas interpretações e pode provocar os mais diversos sentimentos no leitor, em uma subjetividade que ratifica a definição de Pound, acima transcrita.
Outra característica intrínseca à Literatura é a documentação do imaginário, da ficcionalidade, ou seja, a simulação, o fingimento, a fantasia.
Gêneros Literários
Os gêneros literários designam a maneira pela qual os conteúdos literários se organizam em uma forma, por apresentarem estruturas semelhantes. A primeira divisão desses gêneros ocorreu na Grécia Antiga, feita por Aristóteles, que identificou três gêneros: lírico, dramático e épico.
Gênero lírico - é um certo tipo de texto no qual o eu lírico exprime suas emoções, idéias e impressões do mundo exterior. Normalmente é escrito em 1ª pessoa.
Gênero épico - há a presença de um narrador, que quase sempre conta uma história que envolve terceiros.
Gênero dramático - trata-se do texto escrito para ser encenado.
Historiografia Literária
Durante o Ensino Médio, além da habilidade interpretativa, o estudo literário baseia-se na comparação entre a produção e o contexto histórico, social e cultural no qual tal obra foi escrita.
Percebe-se, a partir desse estudo, que perdurará no mínimo até o final do 3º ano Médio, um movimento pendular da visão de mundo dos escritores. É a visão apolínea e a visão dionisíaca. A primeira enfatiza uma postura objetiva, racional em relação à vida. A segunda, trata de uma ótica mais subjetiva, emocional, idealista.
Estilos de época
Estilo de época é a denominação dada ao conjunto de traços e normas que orientam e caracterizam a produção artística de um determinado momento histórico.
A identificação de diferentes estilos de época orienta melhor o estudo das produções artísticas poiss a cada estilo de época corresponde uma escola literária, ou seja, um conjunto de características formais e de seleção de conteúdo evidente na obra de escritores e poetas que viveram em um mesmo momento.
Origens da Literatura
O estudo sobre as origens da literatura brasileira deve ser feito levando-se em conta duas vertentes: a histórica e a estética. O ponto de vista histórico orienta no sentido de que a literatura brasileira é uma expressão de cultura gerada no seio da literatura portuguesa.
Como até bem pouco tempo eram muito pequenas as diferenças entre a literatura dos dois países, os historiadores acabaram enaltecendo o processo da formação literária brasileira, a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e temáticas.
A outra vertente (aquela que salienta a estética como pressuposto para a análise literária brasileira) ressalta as divergências que desde o primeiro instante se acumularam no comportamento (como nativo e colonizado) do homem americano, influindo na composição da obra literária.
Em outras palavras, considerando que a situação do colono tinha de resultar numa nova concepção da vida e das relações humanas, com uma visão própria da realidade, a corrente estética valoriza o esforço pelo desenvolvimento das formas literárias no Brasil, em busca de uma expressão própria, tanto quanto possível original.
Em resumo: estabelecer a autonomia literária é descobrir os momentos em que as formas e artifícios literários se prestam a fixar a nova visão estética da nova realidade.
Assim, a literatura, ao invés de períodos cronológicos, deverá ser dividida, desde o seu nascedouro, de acordo com os estilos correspondentes às suas diversas fases, do Quinhentismo ao Modernismo, até a fase da contemporaneidade.
Duas eras - A literatura brasileira tem sua história dividida em duas grandes eras, que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas escolas literárias ou estilos de época.
A Era Colonial abrange o Quinhentismo (de 1500, ano do descobrimento, a 1601), o Seiscentismo ou Barroco (de 1601 a 1768), o Setecentismo (de 1768 a 1808) e o período de Transição (de 1808 a 1836).
A Era Nacional, por sua vez, envolve o Romantismo (de 1836 a 1881), o Realismo (de 1881 a 1893), o Simbolismo (de 1893 a 1922) e o Modernismo (de 1922 a 1945). A partir daí, o que está em estudo é a comtemporaneidade da literatura brasileira.
OS ESTILOS DE ÉPOCA
Podemos fazer a seguinte evolução, que procura englobar todos os movimentos desde os tempos dos gregos e romanos. Daremos, sempre, uma sintética visão de cada um dos Estilos.
1 Classicismo greco-romano: Visão pagã do homem, apresentado como um ser perfeito, quase um super-herói. Busca da expressão perfeita. Culto da objetivamente. Antropocentrismo, isto é, o homem no centro dos interesses e objetivos (da arte).
2 Medievalismo: Visão cristã. A terra é passagem para o céu, que é a verdadeira preocupação do homem. Este é um ser imperfeito quanto ao corpo, que é necessário purificar. Religiosidade e subjetivismo. Teocentrismo (Deus passa a ser o centro de tudo),
3 Classicismo e Renascimento: Negação dos princípios medievais e valorização da estética greco-romana. Super-homens, símbolos do predomínio da terra e do corpo sobre o céu e alma. Culto da perfeição, da objetividade.
4 Barroquismo: Tentativa de combater a volta ao espírito pagão, dominante no Renascimento. Procura a fusão céu + terra, espírito + matéria, alma + corpo. Esta fusão impossível cria angústia, contradições, aparência de confusão e imperfeição. É o estilo da Contra-Reforma.
5 Arcadismo, Neoclassicismo: Busca a calma e a simplicidade, perdidas durante o Barroco. Procura-se o ideal da vida no contato com a terra, o campo (Arcadismo) ou no culto das ciências e na volta ao Classicismo (Iluminismo e Neoclassicismo).
6 Romantismo: É o estilo da revolução Francesa, que, por si mesma, é o símbolo do ideal nacionalista, popular e da negação do passado clássico elitizante. É o culto do amor, do mistério, do exótico, do passado medieval como berço da nacionalidade. É a fuga do meio social, através da “viagem” ao próprio Eu, ao passado, à natureza. É o estilo da liberdade.
7 Realismo, Parnasianismo, Naturalismo: Negação da fuga romântica, valorizando-se o real, o contemporâneo. Negação do sonho, do subjetivismo e culto do retrato fidedigno, do relato da “vida como ela é” (Realismo) ou, mesmo, do enfoque de tipos e fatos os mais torpes e podres (Naturalismo). Ideal da perfeição e da objetividade. Na poesia, o Parnasianismo. É o estilo do materialismo, do cientificismo ateu, do evolucionismo de Darwin.
Temas sociais e atividades de trabalho aparecem, constantemente, nas obras da Época Realista.
8 Simbolismo: O homem, saturado do real-material, procura, no sonho, a perfeição. Culto do inconsciente, do Exótico, do Indizível.
9 Modernismo: Tentativa de renovação total através do combate violento de quase todo o passado. Busca da nova maneira de expressar o que jamais foi enfocado. Diversas e contraditórias correntes, algumas com o propósito implícito de escandalizar o burguês. Pesquisa de novas expressões e de expressão de novas “realidades”, muitas até então inexploradas. É uma libertação maior ainda que a romântica
VAMOS DE NOVO LEMBRAR!!!
As eras literárias brasileiras
A literatura brasileira tem sua história dividida em 2 grandes eras: que acompanham a evolução política e econômica do país: a Era Colonial e a Era Nacional, separadas por um período de transição, que corresponde à emancipação política do Brasil. As eras apresentam subdivisões chamadas de escolas literárias ou estilos de época. Dessa forma, temos:
Era Colonial: de 1500 a 1808
- Quinhetismo, de 1500 a 1601: conjunto de textos sobre o Brasil, que evidenciam a condição brasileira de terra nova a ser conquistada.
- Seiscentismo ou Barroco, longo período que se estende de 1601 a 1768.
- Setecentismo ou Arcadismo, de 1768 a 1808, constitui no que poderíamos chamar, verdadeiramente, o primeiro momento de uma literatura sistematizada produzida no Brasil.
Período de transição: de 1808 a 1836
A turbulência dos acontecimentos políticos dominou a cena a ponto de não encontrarmos, nesse período, uma única obra literária significativa.
Era Nacional: de 1836 até nossos dias
- Romantismo, de 1836 a 1881, é a 1ª escola literária com traços genuinamente nacionais.
- Realismo, de 1881 a 1893, o que denominamos aqui escola realista constitui um amplo movimento literário que envolve três tendências distintas: romance realista, romance naturalista e poesia parnasiana.
- Simbolismo, de 1893 a 1922
- Modernismo, de 1922 até nossos dias atuais, representa o grande divisor de águas da literatura brasileira, estabelecendo os limites entre o velho e o novo, entre o ultrapassado Brasil rural e o moderno país industrial e urbano.
Fonte: disponível em: 20/02/2011. http://www.vestibular1.com.br e
http://www.resumosdeliteratura.blogspot.com
BONS ESTUDOS!
Olá Aparecida!
ResponderExcluirPostagem de grande importância para aqueles que estão com o pé no vestibular. (sorrio)
Abraço.
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Gostaria de lhe convidar para que comentasse a minha crônica “Dois copos com águas”. Ok?
Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com