domingo, 11 de dezembro de 2011

O valor do sorriso



Senhor, não permita jamais que eu me esqueça de sorrir com o coração - e sorrir muito, todos os dias!
Quando raiar o sol e meus olhos se abrirem para a vida, que o sorriso seja a meu primeiro louvor, agradecendo o novo dia que amanhece!...
Em meu lar, que seja ele o precursor da palavra serena e do diálogo amistoso, para que meus familiares, assim como eu, possam iniciar o seu dia entre as melhores vibrações de paz e bom ânimo!
Sem a claridade do riso, tudo é mais triste, sombrio!...
Sem a bênção da alegria, os semblantes são frios e as palavras rudes, qual que imensa desolação envolvesse a todos, negando-lhes desenvoltura e euforia - acompanhantes obrigatórios das determinações felizes!...
Sorrir alivia o coração e desafoga a alma, recolocando harmonia e pacificação no lugar da irritação e do mau humor. Trazer a luz do sorriso no rosto é iluminar estradas e transeuntes, fazendo de seu portador um pequenino imã a atrair simpatia e cooperação...
Aquele que sorri sinaliza o Bem, aonde quer que esteja.
Abençoa-me hoje, Senhor, e faz de mim um foco de alegria a espargir o melhor aos meus companheiros de estrada, para que amanhã, quando eu estiver triste e desanimado, o sorriso que eu despertei nos outros possa ser o remédio salutar que me trará de volta a vontade viver e lutar, porque o sorriso é assim como um raio de luz: embora pequeno transpassa todas as sombras, e onde toca sempre produz calor, alegria e refazimento!... 

Assim seja!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Avaliação, ensino e aprendizagem


AVALIAÇÃO FINAL
PROFESSORA X DISCIPLINA X METODOLOGIA X ALUNO (A)

Para o(a) aluno(a) que não está apto(a) a ouvir, o ofício de educador(a) dissipa  como nuvem ao céu, não há comunicação e tão pouco entendimento. Os resultados obtidos na caminhada do saber são frutos de uma escrita mal traçada e confusa. Ler e escrever devem caminhar juntos, e esta educadora, entre as poucas linhas traçadas, acrescentaria mais uma peculiaridade ao processo do ensino-aprendizagem, o “saber ouvir”, na criticidade.
Uma das grandes potencialidades do ser humano é a criticidade. Criticidade deriva do grego e significa “discernir, interpretar, julgar, distinguir entre verdade e erro”. Sem criticidade, o ser humano é “compacto” e deixa de ser “espaço à vida aberta”. Sem criticidade, o ser humano perde a respiração racional, embota a inteligência. O olhar crítico, por exemplo, não se detém na configuração dos fatos, mas esmiúça-lhes as motivações. Desaponta os que escorregam sob a penumbra. Surpreende os astutos.
O filósofo Gadamer propõe a “Criticidade emancipatória”, que leva o ser humano a tornar-se agente de emancipação individual e coletiva. A criticidade tem paixão pela verdade e pela liberdade. Não quer o ser humano cego nem escravo. Mas lúcido e autônomo.
Foi desta forma, como educadora, voltada a autonomia e a crítica aberta, que propus meu trabalho na língua portuguesa e literatura neste ano de 2011. Busquei formas adaptativas para delinear o ensino, e num trabalho incessante encontrei variados diagnósticos para o conhecimento específico de cada turma. 
As dificuldades encontradas foram diversas. Durante todo o ano de 2011 o aproveitamento intelectual e disciplinar das turmas não foram suficientes para que fossem alcançados o planejamento proposto e adequado aos planos de ensino específico.
Enfim, chegamos ao final do ano letivo, como educadora, sinto que não cumpri todos os meus compromissos com vocês alunos da E.E.E.F.M.Guilhermina Hulda Krüger Reinholz - Holanda - Santa Leopoldina - ES, peço as minhas desculpas, mas saibam que foram traçados percursos que a minha própria experiência profissional desconhecia, trabalhar na zona rural foi uma experiência única. Não foi fácil organizar os conteúdos com todas as diversidades encontradas, mas todas as experiências humanas são válidas. Não podemos negar que com os erros tiramos proveito e sabedoria para os acertos. Foi um prazer ter conhecido e convivido com vocês. Obrigada!

Um grande abraço... e desejo a vocês e aos familiares um Feliz Natal e um 2012 repleto de realizações positivas” !!!

Com carinho,

Profª Maria Aparecida
Língua Portuguesa e Literatura

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Minha oração


EU TENHO A TI, JESUS

Jesus amado,
Meus dias, a partir de hoje, raiarão floridos, porque eu tenho a Ti!...
Não mais as lágrimas, não mais a dor, não mais as queixas, não mais as manhãs cinzentas, porque eu tenho a Ti!
Hoje, eu prometo ser diferente, mais confiante, valente, guerreiro de minha própria causa, destemido, ardente, como Tu mesmo o fostes; assim serei!...
Hoje, para começar, quero olhar para vida sem medo de receber chacotas, críticas, desprezo, ironias, maus tratos e palavras frias, vou olhar a face da hipocrisia sem me abalar, sem sofrer, pois que me importam as decepções da estrada, as pedradas, as desilusões, se eu tenho a Ti?
Junto ao Teu peito nunca mais serei pequeno! Serei grande, forte, arrojado, dono e senhor de mim mesmo, capacitado a me impor com nobreza, a participar, a seguir em frente, a fazer brilhar minha própria luz, a criar, porque eu tenho a Ti!
Se me amam menos, que importância tem? Se o que faço não conta, que importância tem? Importa é que sigo contigo, seguro, e aprendo em teus olhos que o que vale é que Tu me amas e eu tenho a Ti!
Quando chegar a noite, Jesus amado, e ao deitar-me, quero te agradecer, feliz, por ter estado contigo, por ter me resguardado, ter amado, perdoado e ganho assim o meu dia, ao teu lado! Quero adormecer em paz qual criança pequena que nada teme quando em colo amigo, assim serei contigo, hoje e sempre, porque tenho a Ti!

Assim seja!


Acesso em 31/10/2011

domingo, 25 de setembro de 2011

Análise de texto - Língua Falada - Parte II



LÍNGUA FALADA  – “O MODO CAIPIRA DE SER” - Parte 2

Uai sô!
É isso aí. O futuro é "Uai, rilés".
Ou seja: Sem fios e em Minas Gerais.
Uma versão mineira do wireless!
  

Esse tipo de material lingüístico, que explora marcas regionais – nesses exemplos, o dialeto caipira (o modo de falar das pessoas que vivem no interior, no campo) e o mineiro – propicia discussões sobre a diversidade e o preconceito linguístico, e a revisão de uma série  de equívocos, ainda muito presentes na escola, como o de que existe apenas uma forma correta de falar (que se aproxima da escrita padrão), ou o de que a fala de uma região ou de um grupo social é melhor que a de outras/os, por exemplo.

Atividade II

1.    Com base nesses dados, faça uma pequena reflexão da sua fala, com a do colega, vizinho, da sua comunidade ou de outro lugar e região. Depois, faça um pequeno comentário (texto dissertativo) sobre essa reflexão e dê suas impressões acerca desse assunto.



sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Análise de Texto - Língua Falada - Parte I


LÍNGUA FALADA – “O MODO CAIPIRA DE SER”
Trabalhando com as diversidades e o preconceito linguístico

Leia e observe:

TEXTO I

Na escola, a professora manda um aluno dizer um verbo qualquer e ele responde: 
- Bicicreta. A professora, então, corrige:
- Não é “bicicreta”, é “bicicleta”. E “bicicleta” não é verbo. Ela tenta com outro aluno:
-  Diga um verbo! Ele arrisca:
- Prástico. A professora, outra vez, faz a correção:
- Não é “prástico”, é “plástico”. E “plástico” não é verbo. A professora faz a sua última tentativa e escolhe um terceiro aluno:
- Fale um verbo qualquer! 
- Hospedar. A professora comemora:
- Muito bem! Agora, forme uma frase com esse verbo.
– Os pedar da bicicreta é de prástico.

Porque o texto ficou engraçado? O que produziu este efeito de humor?
O simples fato de alguém falar diferente – o português não-padrão (com relação à fala culta) soa engraçado –  servindo como motivo de piada.
Podemos observar uma tendência natural da fala: trocar o “l” por “r” nos encontros consonantais – fenômeno (denominado de rotacismo), e o plural apenas no determinante (Os pedar da bicicreta é de prástico) podem tornar um texto bastante engraçado, e são considerados por muitos como coisa de caipira.


Atividade I

1.    Com base nesse texto vamos exercitar os encontros consonantais. Retire de algum texto ou do seu conhecimento prévio 10 (dez) palavras com encontros consonantais, 10 (dez) dígrafos consonantais e 10 (dez) palavras semelhantes aos encontros consonantais de bicicleta e prato por exemplo:


Referências:

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Análise de Texto - Inclassificáveis



 Trabalhando com as diversidades e etnias

INCLASSIFICÁVEIS


que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

que preto branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes

orientupis orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs

somos o que somos
inclassificáveis

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,

não há sol a sós

aqui somos mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.

somos o que somos
inclassificáveis

que preto, que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?

não tem um, tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,

não há sol a sós

egipciganos tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol

                                                   de Arnaldo Antunes


ATIVIDADE

1. Esta música de Arnaldo Antunes contextualiza as etnias, além desse jogo e mistura com as palavras, qual seria a proposta desse autor? Justifique:

2. Porque o título “Inclassificáveis”? Justifique:


sábado, 17 de setembro de 2011

Crônica de uma travessura

O que um filho faz para chamar a atenção?

Hoje meu filho, de dois anos, fez mais uma de suas, entre tantas, “estripulias”. Em uma tentativa, insatisfeita, de chamar a atenção dos pais que conversavam no momento peculiar do café, começou, em suas diversas maneira de se aparecer, a puxar a minha roupa para conversar, olhar para mim, encostar seu rostinho no meu, e nada de uma atenção inerente aos seus anseios, até que por ventura travessa resolveu ir, talvez em um lugar secreto da sua imaginação. E, sem ser percebido, aliás, não seria percebido e nem interrompido do que arquitetava fazer e fez: desconectou o carregador do notebook, o mouse e o fechou. Nas avessas veio caminhando sutilmente, carregando-o entre as mãos, pequeninas e firmes, e entregou-me, com um sorriso de satisfação, no meio das palavras que trocava com o pai. Ufa! Pensei. Entre os obstáculos do quarto, corredor, pequeno degrau, sala e cozinha, ufa! Obrigada meu filho trouxe o notebook para a mamãeee!!!

Ao meu filho Emanuel pela travessura do dia!


domingo, 11 de setembro de 2011

Uma boa leitura acompanhada com um bom café

 

Um cafezinho e uma boa leitura... faz o caminhante caminhar... pensar e relembrar... [...] "relembrar os acontecimentos, subtraí-los às contingências do tempo em uma metáfora" (BENJAMIN, 1994, p.17).
Contextuando a dialética do escritor e do discurso percebo que cada história textual e hipertextual é verdadeiramente o elo interpretativo dos diversos enunciados, o ensejo de uma nova história. Nesta ótica, não é infâmia dizer que o escritor vive uma experiência mágica com as palavras eu seu exercício artístico. E por falar em infâmia vale lembrar que "Dostoievski reconheceu a infâmia como algo de pré-formado, sem dúvida na história do mundo, mas também em nós mesmos, como algo que nos é inculcado, imposto como uma tarefa, exatamente como o burguês idealista supõe ser o caso com relação a virtude. O Deus de Dostoievski não criou apenas o céu e a terra e o homem e o animal, mas também a vingança, a mesquinharia, a crueldade" - Walter Benjamin. Magia e técnica, arte e política - Ensaios sobre literatura e história da cultura - Vale a pena conferir!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Interpretação de textos - para o ensino médio


Olá! Existem sites e blogs que realmente são construtivos e auxiliam bastante aos educadores e educandos. Desta forma, resolvi postar uma atividade interessante que encontrei nessas viagens virtuais. Vale a pena conferir e exercitar, até a próxima!

TEXTO PARA INTERPRETAÇÃO
TOCANDO EM FRENTE

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz,
Quem sabe eu só levo a certeza
De que muito pouco eu sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor para poder pulsar
É preciso paz para poder sorrir
É preciso chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou
Estrada eu vou
Todo mundo ama um dia
Todo mundo chora um dia
A gente chega e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
TOCANDO EM FRENTE
(Almir Sater / Renato Teixeira)

____________________________________________________

Após ler atentamente o texto, responda às questões:
1. Assinale mais de uma alternativa que esteja de acordo com o texto:
a. (   ) Para o poeta, a vida deve ser levada, tocada como uma boiada, pois não conseguimos entender a imprevisibilidade de ambas.
b. (   ) Só é possível ser feliz nesta jornada, depois de um toque de Deus, o velho boiadeiro, que nos impulsiona pela longa estrada da vida.
c. (   ) Só através do choro individual e de outros é que descobrimos o valor de um sorriso.
d. (   ) Manhãs, maçãs e chuva fazem parte da nossa história, já que não somos donos do nosso destino.
e. (   ) Segundo o poeta, para se viver, é necessário entender o andamento da jornada e continuar vivendo.

2. Marque as afirmativas com V para verdadeiro e F para falso, de acordo com o texto:
a. (   ) Viver é uma aprendizagem, fruto da observação atenta das alegrias e dos sofrimentos pelos quais passamos.
b. (   ) Ser feliz é o destino de todos os seres humanos, independendo das chegadas e das partidas.
c. (   ) A consciência do significado da vida e o dom da capacidade de construirmos a nossa história nos deixa mais fortes, mais felizes.
d. (   ) O poeta tem hoje um sorriso de serenidade porque nunca levou a vida com ligeireza.
e. (   ) Para podermos saborear a vida, precisamos vivenciar a paz e o amor, entre outros fatores que nos mostram que é possível compormos a nossa história com serenidade.

Assinale a única alternativa correta:
3. Há várias comparações no texto que nos leva a concluir que o poeta fala:
a. (   ) da boiada
b. (   ) do boiadeiro
c. (   ) do sabor das frutas
d. (   ) dos dias vividos
e. (   ) do dom da felicidade de cada um de nós
4. Nos versos 5 e 6, o poeta demonstra que se considera um homem:
a. (   ) orgulhoso
b. (   ) sem cultura
c. (   ) experiente
d. (   ) humilde
e. (   ) sem rumo definido.

Responda com suas palavras:
5. Como era a vida do poeta no passado? Comprove sua resposta com versos da poesia.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Eu lírico

Eu lírico é um termo usado dentro da literatura para demonstrar o pensamento geral daquele que está narrando o texto; a junção de todos os sentimentos, expressões, opiniões e críticas feitas pela pessoa superior ao texto, que no caso seria o narrador e/ou a pessoa central ao qual o texto está se referindo. O Eu-lírico é o "eu" que fala na poesia. É geralmente muito usado em textos de gênero lírico, que são caracterizados por expressar, mas não necessariamente, os sentimentos do autor.
Exemplos
Temos como exemplo o poema do poeta holandês Hendrik Marsman Herinnering aan Holland  (português: Lembrança da Holanda) de 1936 encontra-se entre os mais conhecidos poemas neerlandeses.
Pensando na Holanda, vejo largos rios a atravessarem lentamente as infinitas planícies
—Hendrik Marsman
Neste poema, o eu-lírico demonstra seu patriotismo e amor pelo seu país, a Holanda. O eu-lírico expressa os sentimentos do poema. Se o autor não fosse holandês, o eu-lírico seria. Muitas vezes, o autor "exporta" para o eu-lírico os seus desejos (no caso, se o autor não fosse natural da Holanda, o eu-lírico seria).
Então, para reforçar, não adianta procurar o significado no dicionário – e nem mesmo em muitas gramáticas e livros de literatura. O Eu-lírico é quando o poeta expressa sentimentos que não sentiu necessariamente, ou sentiu com uma outra intensidade da realidade, tratando-se então de não ser seu “eu” real, mas de um “eu” poético, ou lírico. A palavra lírico origina-se de um instrumento musical antigo chamado lira. Este instrumento foi muito utilizado pelos gregos a partir do século XII a.C. Chamava-se lírica toda canção que era executada ao som da lira, inclusive as expressões poéticas. Porém, o século XV chegou e houve um afastamento do som lírico e da palavra poética, que passou a ser declamada. Podemos dizer que o eu-lírico é a voz que fala no poema e nem sempre corresponde à do autor. O eu-lírico pode ou não expressar as vivências efetivas do poeta, mas a validade estética do texto independe da sinceridade do mesmo. Os heterônimos de Fernando Pessoa podem ser considerados Eu-líricos. Um narrador-personagem pode ser considerado um Eu-lírico. Um poema sendo “falado” por uma pedra é um eu-lírico. O Eu-lírico é um recurso que possibilita a infinidade criativa dos sentimentos poéticos. Não limita as palavras em apenas um corpo, uma mente, um coração. Consegue pluralizar os sentidos. Assim podemos ser o que quisermos: uma pedra, um animal, uma árvore, outras pessoas. Explorar e incorporar sentimentos dos mais diversos como um ator faz com suas personagens.

Observe que a figura do eu lírico não se confunde com a figura do autor: um outro exemplo é uma escritora de setenta anos que escreve um poema no qual um menino de seis anos exprime suas emoções. Nesse caso, o eu lírico será o menino. Agora vamos exercitar

1 – Texto em estudo:

        Tenho uma folha branca
        e limpa à minha espera:
         mudo convite
           
     tenho uma cama branca
      e limpa à minha espera:
      mudo convite

    tenho uma vida branca
       e limpa à minha espera:
CÉSAR, Ana Cristina. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2008, p.33, (Coleção Para gostar de ler. V.39).

a)Observe a liberdade na construção dos versos e o sentido conotativo das palavras, que se repetem de forma quase idêntica.
 Com que objetivo o eu lírico usou a repetição nesses versos?
Por que o verbo tenho parece colocar o eu lírico diante de um impasse?

b)Na primeira estrofe, o eu lírico sugere a criação literária como uma possibilidade de escolha.
Você acredita que o eu lírico aceita (ou pretende aceitar) o convite que  lhe é feito? Justifique.
Pense de início em você e, depois, em um escritor, e descreva a sensação de quem precisa
ou deseja escrever algo, diante de uma folha em branco.
 O que pode simbolizar a “folha branca e limpa” que se oferece como um convite?

c) Na segunda estrofe, o eu  lírico se vê diante de um convite diferente do anterior.
O que pode representar esse convite se o considerarmos em contraste com o anterior?
A “vida branca e limpa” que espera o eu lírico, segundo a terceira estrofe, também constitui a escolha que o levará a experiências bem diversas das opções que ele tinha antes.
 Em sua opinião, o que essa terceira opção pode oferecer ao eu lírico?
A seu ver, por qual desses convites seria mais interessante optar? Esclareça sua resposta.


Referências:
SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, gramática, produção de texto / Leila Lauar Sarmento, Douglas Tufano. 1ª ed. São Paulo. Ed. Moderna. 2010.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Redação - Parte I - Coesão e Coerência

Você sabe o que é coesão e coerência? 

A palavra texto provém do latim textum, que significa "tecido, entrelaçamento". Há, portanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos que o texto resulta da ação de tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de formar um todo inter-relacionado. Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coerência e sua coesão.

Esse trabalho de tecelão que o produtor de textos falados e escritos executa resulta da uti­lização apropriada dos mecanismos de coesão e coerência textuais:

·   A coerência resulta das relações pertinentes entre os fatos, conceitos e dados menciona­dos no texto. É ela a responsável pelo sentido do texto e envolve a adoção de uma lógi­ca, que deve ser acatada e seguida. A coerência depende também de aspectos semânti­cos e do conhecimento que os interlocutores partilham sobre a realidade abordada pelo texto, já que o sentido não resulta apenas dos procedimentos do produtor do texto, mas também do domínio que o recebedor do texto têm dos elementos necessários à sua interpretação.
·  A coesão é linguística e resulta da maneira como o texto formalmente se organiza para expressar seu conteúdo, ou seja, são mecanismos gramaticais e lexicais que a constituem (pronomes, artigos, elipses, concordância verbal e nominal, correlação entre tempos verbais, conjunções, entre outros elementos). Podemos dizer que a coerência se refere aos nexos entre os conceitos, fatos e dados mencionados no texto e que a coesão é a expressão linguística desses nexos.
A coerência e a coesão de um texto podem ser avaliadas a partir da observação de qua­tro princípios de organização:  retomada,  a progressão,  a relação e a  não-contradição. Para observá-los, devemos ter sempre em mente que os textos falados e escritos se desen­volvem de maneira linear, ou seja, as partes que os formam surgem umas após as outras, cada uma delas relacionando-se com o que já foi dito ou escrito e com o que ainda se vai dizer ou escrever.

Resumindo: a coerência tem a ver com o sentido, a lógica entre as ideias, e a coesão tem a ver com o modo como as partes do texto estão encadeadas. Na maioria das vezes, a coesão conta com elementos linguísticos. Em alguns casos, o elemento linguístico responsável pela coesão pode interferir na coerência.

DICAS IMPORTANTES PARA AS QUESTÕES DISSERTATIVAS:
  1. Pense bastante naquilo que vai dizer e procure, sempre, a forma mais simples de fazê-lo;
  2. O uso da voz ativa facilita a compreensão. Use-a;
  3. Sempre que possível, use um vocabulário simples. Não é hora de preciosismos;
  4. Evitar adjetivos revela imparcialidade, mas colocaria aí também evitar os advérbios;
  5. Quando pensar em usar uma conjunção adversativa, pense também na sua validade. Quase sempre são dispensáveis;
  6. Numa narrativa, cuidado para não usar excessivamente o diálogo, mas sempre que o fizer, tente ser natural;
  7. Vídeos de linguagem como o uso excessivo do gerúndio, repetição do “que” ou do “onde” devem ser cortados;
  8. Estudar as regras de uso da vírgula é “quase impossível”. Compense isso lendo muito;
  9. Sempre que for citar um autor na fundamentação de seu texto, use aspas;
  10. Evite chavões, mas nunca se esqueça de que escrever se aprende escrevendo.
Observe:
Os pronomes demonstrativos são elementos importantes no processo de coesão entre as partes do texto.  Eles podem estabelecer relações entre as partes do discurso, ou seja, podem relacionar aquilo que já foi dito numa frase ou texto com o que ainda se vai fazer:

Observe este exemplo: “Lembrem-se de pedir o exame Anti-HCV em sua próxima consulta”. Esse é o exame que detecta a Hepatite C.

Este (e as outras formas de primeira pessoa) se refere ao que ainda vai ser dito na frase ou texto; esse (e as outras formas de segunda pessoa) se refere ao que já foi dito.

Atividade com pronomes demonstrativos

1. Complete estas frases com os pronomes demonstrativos adequados; se necessário, use-os combinados com preposições.
a)  * pincel que tenho em minhas mãos pertenceu a um famoso pintor brasileiro. 
b)  Por que você anda sempre com * mãos enfiadas nos bolsos?
c)  Veja * que tenho * sacola: são laranjas que colhi * pomar ali adiante.
d)  Você está vendo * grupo de rapazes lá do outro lado da praça?
e)  Por favor, traga-me * pacote que está aí do seu lado.
f)  Por favor, ajude-me a carregar * pacotes aqui.
g)  Por favor, ajude-me a trazer até aqui * pacotes que estão na outra sala.


2. Nestas frases, os pronomes demonstrativos e suas combinações retomam ou antecipam termos. Complete-as.
a)  A única verdade é [coloque aqui o pronome] : ele foi o responsável pelo acidente. 
b)  Apesar de ter sido o responsável pelo acidente, ele nunca reconheceu [coloque aqui o pronome] fato. 
c)  Compramos um programa capaz de gerenciar os dados armazenados em nosso micro. Um programa [coloque aqui o pronome] é indispensável ao bom desempenho do equipamento. 
d)  Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade falam de perto ao meu coração: [coloque aqui o pronome], pela inquietude de sua lucidez; [coloque aqui o pronome], pela feliz simplicidade de sua expressão.


GABARITO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRONOMES
1.
a) este
b) essas
c) isto ou o/nesta/naquele
d) aquele
e) esse
f) estes
g) aqueles
2.
a) esta
b) esse
c) desse
d) este / aquele


Fontes de pesquisa:

Identidades: Educação de Jovens e Adultos: segundo segmento do ensino fundamental, volume 4. Ed. São Paulo: Global: Ação Educativa, 2009 (Coleção viver, aprender).

SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, gramática, produção de texto / Leila Lauar Sarmento, Douglas Tufano. 1ª ed. São Paulo. Ed. Moderna. 2010.