quarta-feira, 27 de julho de 2011

Redação - Parte I - Coesão e Coerência

Você sabe o que é coesão e coerência? 

A palavra texto provém do latim textum, que significa "tecido, entrelaçamento". Há, portanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos que o texto resulta da ação de tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de formar um todo inter-relacionado. Daí podermos falar em textura ou tessitura de um texto: é a rede de relações que garantem sua coerência e sua coesão.

Esse trabalho de tecelão que o produtor de textos falados e escritos executa resulta da uti­lização apropriada dos mecanismos de coesão e coerência textuais:

·   A coerência resulta das relações pertinentes entre os fatos, conceitos e dados menciona­dos no texto. É ela a responsável pelo sentido do texto e envolve a adoção de uma lógi­ca, que deve ser acatada e seguida. A coerência depende também de aspectos semânti­cos e do conhecimento que os interlocutores partilham sobre a realidade abordada pelo texto, já que o sentido não resulta apenas dos procedimentos do produtor do texto, mas também do domínio que o recebedor do texto têm dos elementos necessários à sua interpretação.
·  A coesão é linguística e resulta da maneira como o texto formalmente se organiza para expressar seu conteúdo, ou seja, são mecanismos gramaticais e lexicais que a constituem (pronomes, artigos, elipses, concordância verbal e nominal, correlação entre tempos verbais, conjunções, entre outros elementos). Podemos dizer que a coerência se refere aos nexos entre os conceitos, fatos e dados mencionados no texto e que a coesão é a expressão linguística desses nexos.
A coerência e a coesão de um texto podem ser avaliadas a partir da observação de qua­tro princípios de organização:  retomada,  a progressão,  a relação e a  não-contradição. Para observá-los, devemos ter sempre em mente que os textos falados e escritos se desen­volvem de maneira linear, ou seja, as partes que os formam surgem umas após as outras, cada uma delas relacionando-se com o que já foi dito ou escrito e com o que ainda se vai dizer ou escrever.

Resumindo: a coerência tem a ver com o sentido, a lógica entre as ideias, e a coesão tem a ver com o modo como as partes do texto estão encadeadas. Na maioria das vezes, a coesão conta com elementos linguísticos. Em alguns casos, o elemento linguístico responsável pela coesão pode interferir na coerência.

DICAS IMPORTANTES PARA AS QUESTÕES DISSERTATIVAS:
  1. Pense bastante naquilo que vai dizer e procure, sempre, a forma mais simples de fazê-lo;
  2. O uso da voz ativa facilita a compreensão. Use-a;
  3. Sempre que possível, use um vocabulário simples. Não é hora de preciosismos;
  4. Evitar adjetivos revela imparcialidade, mas colocaria aí também evitar os advérbios;
  5. Quando pensar em usar uma conjunção adversativa, pense também na sua validade. Quase sempre são dispensáveis;
  6. Numa narrativa, cuidado para não usar excessivamente o diálogo, mas sempre que o fizer, tente ser natural;
  7. Vídeos de linguagem como o uso excessivo do gerúndio, repetição do “que” ou do “onde” devem ser cortados;
  8. Estudar as regras de uso da vírgula é “quase impossível”. Compense isso lendo muito;
  9. Sempre que for citar um autor na fundamentação de seu texto, use aspas;
  10. Evite chavões, mas nunca se esqueça de que escrever se aprende escrevendo.
Observe:
Os pronomes demonstrativos são elementos importantes no processo de coesão entre as partes do texto.  Eles podem estabelecer relações entre as partes do discurso, ou seja, podem relacionar aquilo que já foi dito numa frase ou texto com o que ainda se vai fazer:

Observe este exemplo: “Lembrem-se de pedir o exame Anti-HCV em sua próxima consulta”. Esse é o exame que detecta a Hepatite C.

Este (e as outras formas de primeira pessoa) se refere ao que ainda vai ser dito na frase ou texto; esse (e as outras formas de segunda pessoa) se refere ao que já foi dito.

Atividade com pronomes demonstrativos

1. Complete estas frases com os pronomes demonstrativos adequados; se necessário, use-os combinados com preposições.
a)  * pincel que tenho em minhas mãos pertenceu a um famoso pintor brasileiro. 
b)  Por que você anda sempre com * mãos enfiadas nos bolsos?
c)  Veja * que tenho * sacola: são laranjas que colhi * pomar ali adiante.
d)  Você está vendo * grupo de rapazes lá do outro lado da praça?
e)  Por favor, traga-me * pacote que está aí do seu lado.
f)  Por favor, ajude-me a carregar * pacotes aqui.
g)  Por favor, ajude-me a trazer até aqui * pacotes que estão na outra sala.


2. Nestas frases, os pronomes demonstrativos e suas combinações retomam ou antecipam termos. Complete-as.
a)  A única verdade é [coloque aqui o pronome] : ele foi o responsável pelo acidente. 
b)  Apesar de ter sido o responsável pelo acidente, ele nunca reconheceu [coloque aqui o pronome] fato. 
c)  Compramos um programa capaz de gerenciar os dados armazenados em nosso micro. Um programa [coloque aqui o pronome] é indispensável ao bom desempenho do equipamento. 
d)  Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade falam de perto ao meu coração: [coloque aqui o pronome], pela inquietude de sua lucidez; [coloque aqui o pronome], pela feliz simplicidade de sua expressão.


GABARITO DOS EXERCÍCIOS SOBRE PRONOMES
1.
a) este
b) essas
c) isto ou o/nesta/naquele
d) aquele
e) esse
f) estes
g) aqueles
2.
a) esta
b) esse
c) desse
d) este / aquele


Fontes de pesquisa:

Identidades: Educação de Jovens e Adultos: segundo segmento do ensino fundamental, volume 4. Ed. São Paulo: Global: Ação Educativa, 2009 (Coleção viver, aprender).

SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, gramática, produção de texto / Leila Lauar Sarmento, Douglas Tufano. 1ª ed. São Paulo. Ed. Moderna. 2010.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Orações Coordenadas

Período simples é aquele constituído de uma só oração.
Período composto é que apresenta duas ou mais orações.

Período composto por coordenação: é aquele formado por orações independentes, que se chamam orações coordenadas.


Oração coordenada assindética é aquela que não tem conjunção, e é justaposta à outra oração ou separada dela por vírgula.
Oração coordenada sindética é a que tem conjunção coordenativa que a liga a outra oração.

·         Aditivas
anda a pé
Coordenada assindética
e acaba de ser expulso da fazenda Itupu pela polícia.”
Coordenada sindética aditiva

Nesses versos, há duas orações coordenadas ligadas pela conjunção coordenativa aditiva e. A segunda oração é considerada coordenada sindética e estabelece um sentido de acréscimo ou de adição em relação à primeira oração.

As orações coordenadas sindéticas aditivas são introduzidas pelas conjunções coordenativas aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... mas ainda, tanto...como etc.

·         Adversativas
Leia este trecho.
[...] O pai desconfiou que ele não aguentaria uma semana, mas calou-se. Conhecia casos de bichos que reagem a situações desesperadoras. [...]
DIAFÈRIA, Lourenço. O imitador de gato. São Paulo: Ática, 2009, p. 30. (Coleção Para gostar de ler). (Fragmento).  

 A oração iniciada pela conjunção adversativa mas (“mas calou-se”) estabelece em relação à oração anterior um sentido contrário, adverso ou oposto. As orações coordenadas sindéticas adversativas são introduzidas pelas conjunções coordenativas adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, senão etc.

·         Alternativas
Leia estes versos de Fernando Pessoa.
[...]
Passam nos ritmos da sombra...
Ora é uma folha que tomba,
Ora uma brisa que treme
Sua leveza solene...
PESSOA, Fernando. Minuete invisível. In: GALHOZ, Maria Aliete (Org). Fernando Pessoa: obra poética. Rio de Janeiro. Nova Aguilar, 1999, p. 135. (Fragmento).

Observe que estas duas orações: “Ora é uma folha... Ora (é) uma brisa” apresentam fatos ou ideia que se alternam. As orações coordenadas sindéticas alternativas iniciadas pelas conjunções coordenativas alternativas ora...ora expressam, portanto, alternância. Algumas vezes, podem expressar também exclusão. Outras conjunções coordenativas alternativas são: ou...ou, quer...quer, seja...seja, já...já etc.

·         Conclusivas
Leia o trecho abaixo.
[...] Cansei. Não dá pé explicar tudo direitinho, parece que a gente está mentindo. Eu não sei falar assim. [...] Aliás, mesmo sou contra tudo que penso. Portanto, ninguém tome ao pé da letra nada do que eu digo. [...]
VELOSO, Caetano. A Ipanemia. In: SANTOS, Joaquim dos (Org.). As cem       melhores crônicas brasileiras. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.p. 199-200. (Fragmento).

Nesse trecho, a oração “Portanto, ninguém tome ao pé da letra nada do que eu digo”, introduzida pela conjunção coordenativa portanto, é coordenada sindética conclusiva em relação à oração anterior, “sou contra tudo que penso”, embora estejam separadas por ponto. Ela expressa uma conclusão a respeito do fato de o narrador ser contra tudo o que pensa.

Funcionam como conjunções coordenativas conclusivas: portanto, pois (após o verbo), por isso, de modo que, logo etc.

·         Explicativas
Leia o trecho de um conto de Luiz Vilela.
[...] Foi num sábado. Quero dizer que se não fosse num sábado, talvez não tivesse acontecido. Porque sábado é um dia violento. Um dia em que as pessoas se sentem muito alegres ou muito tristes. Ele se sentiu muito triste. [...]
VILELA, Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1988. P. 76. (Fragmento).

A oração “Porque sábado é um dia violenta” é coordenada sindética explicativa, pois expressa uma justificativa, uma explicação para as anteriores. As orações desse tipo são introduzidas pelas conjunções coordenativas explicativas: porque, pois (antes do verbo), que, portanto etc.

Obs.:  A conjunção “pois” se aplica as coordenadas explicativas e conclusivas. Porém na conclusiva a conjunção vem após o verbo. Ex.: Eles brigaram, estão, pois, muito aborrecidos. Nas coordenadas explicativas, a conjunção vem antes do verbo. Ex.: Não fui ao trabalho pois viajei ontem.

Orações intercaladas
São orações independentes que não seguem uma sequência no período.
Ex.: Eureca, pensei naquele instante.

1 – Texto em estudo:

        Tenho uma folha branca
        e limpa à minha espera:
      mudo convite
           
     tenho uma cama branca
      e limpa à minha espera:
    mudo convite

    tenho uma vida branca
       e limpa à minha espera:

CÉSAR, Ana Cristina. Poesia marginal. São Paulo: Ática, 2008, p.33, (Coleção Para gostar de ler. V.39).
  
a)      Observe a liberdade na construção dos versos e o sentido conotativo das palavras, que se repetem de forma quase idêntica.
·         Com que objetivo o eu lírico usou a repetição nesses versos?
·         Por que o verbo tenho parece colocar o eu lírico diante de um impasse?

b)      Na primeira estrofe, o eu lírico sugere a criação literária como uma possibilidade de escolha.
·         Você acredita que o eu lírico aceita (ou pretende aceitar) o convite que  lhe é feito? Justifique.
·      Pense de início em você e, depois, em um escritor, e descreva a sensação de quem precisa ou deseja escrever algo, diante de uma folha em branco.
·         O que pode simbolizar a “folha branca e limpa” que se oferece como um convite?

c)      Na segunda estrofe, o eu  lírico se vê diante de um convite diferente do anterior.
·       O que pode representar esse convite se o considerarmos em contraste com o anterior?
d)     A “vida branca e limpa” que espera o eu lírico, segundo a terceira estrofe, também constitui a escolha que o levará a experiências bem diversas das opções que ele tinha antes.
·         Em sua opinião, o que essa terceira opção pode oferecer ao eu lírico?
e)      A seu ver, por qual desses convites seria mais interessante optar? Esclareça sua resposta.
f)       Releia o poema e responda.
·    Quantas orações há em cada estrofe? Por quê? Portanto, como se chamam os períodos que constituem as estrofes?
·       A que classe gramatical pertence a palavra e empregada nas estrofes? Esclareça sua resposta.
·       Que sentido expressa a palavra e nas estrofes?

Bibliografia:
SARMENTO, Leila Lauar. Português: Literatura, gramática, produção de texto / Leila Lauar Sarmento, Douglas Tufano. 1ª ed. São Paulo. Ed. Moderna. 2010.
Imagem. Tulipas por David Kauffman.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Café da roça com poesia e prosa

14 de julho.com.br

O tempo não passa quando não olhamos no espelho
E quando olhamos...na verdade não adentramos no olhar
As linhas, turvas e traçadas no rosto
Refletem a maturidade
A constância das horas que se vão
Refletem o brilho dos olhos ainda esperançosos
E mesmo que se vai... que passe os 14...os minutos sórdidos ...
Dos que ainda não percebem que todos são...
Estradas... nas linhas nubilosas de cada face...doce tempo
E no limiar das horas... o sorriso do olhar

Entre tantos olhares... passados
Vividos
Em cada instante
Um momento errante
Um certeiro inconstante



Um café
Uma prosa
Uma poesia
Na roça
E tudo é festa
É nascimento
14 de julho


É vida
Festejando
Família
Amor
Filhos
Felicidade plena
14 de julho
Parabéns
.com.br

Cida Pimentel